sábado, 31 de dezembro de 2011

2012...


Detesto a obrigação de ser feliz na noite de réveillon. A gente é feliz durante o ano sem necessariamente se vestir de branco e estourar champanhe. Não sou pessimista, pelo contrário, acho que as tradições carregam consigo boas energias, por isso mesmo, continuo junto com muita gente perpetuando esses rituais. Mas me propus há algum tempo a não me obrigar a extrema felicidade nesse dia. Propus tentar ser uma pessoa melhor e deixar o universo conspirar a meu favor. Sejamos pessoas melhores nesse 2012!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Todo mundo tem amigo...

Todo mundo tem amigo. Uns mais próximos, outros mais distantes. Uns que gente pede açúcar e ovo para o almoço pois mora bem do lado, outros que a gente demora muito pra encontrar. Amigos de infância, da rua, do clube. Amigos da escola, da faculdade. Gente que, mesmo depois de muitos anos ainda se reconhecem como amigos apesar da distância. Tenho amigas, e como é bom dizer que as tenho! Não, elas não me pertencem. Estão por aí, cada uma na sua cidade, casa, trabalho. Cada uma vivendo a vida que escolheu e que nos foi escolhida, mas no primeiro encontro depois de tempos ainda sabemos das preferências umas das outras. Demoramos o ano inteiro para nos encontrarmos todo fim de ano, quase sempre na mesma data mas nunca as mesmas do ano anterior. Somos, apesar das mesmas, completamente diferentes a cada ano que passa. Falamos sim dos maridos, namorados, filhos/enteados, sexo, amizades, fofocas antigas e recentes. Dizemos nossas amarguras, desejos, raivas, rimos umas das outras pelas besteiras mais idiotas, nos aconselhamos e enfim ficamos bêbadas e acabamos quase sempre a noite com quinhentos milhões de assuntos que se atravessam nas conversas e que nunca, nunca vão até o fim. É muita coisa pra dizer, pra rir e chorar... quase sempre de rir! Todo ano tem champagne na geladeira e boa comida na mesa, mas isso não basta pra um encontro de amigas. Tem o frescor do encontro e de saber que se nos conhecemos há 18 anos e que temos muito, muito mais pela frente. Sei que amizades sinceras podem completar bodas de ouro e que certamente nos transformaremos em outras a cada novo encontro!

Para Alessandra Ferreira, Maria Fernanda Correa e Nadeje Brant pela maioridade da nossa amizade!

sábado, 24 de dezembro de 2011

"O vôo da cachorrinha"!

A odisséia da chegada a MG!!! "O vôo da cachorrinha"!

1- Chegada ao aeroporto de AJU - passagem da Xica de 90,00 para 180,00. Quase tive um infarto pra passar o cartão de crédito! Fiz as contas do valor sobre a minha tarifa de viagem mas era 0,5% sobre a tarifa do dia AJU-BH que no caso era 3.500! Olhei para o Cris atrás de mim com a Xica e quis morrer... mas embarquei!

2 - Sra., animal só pode ir na janela e no pé para não obstruir passagem... e na última fileira que não reclina e apertada na 28 disse a comissária. Relutei..."me transfere lá pra frente pois a caixa do cão não cabe nesse espaço"; ela não cedeu e deu um jeitinho de enfiar a Xica lá que até agora não sei como entrou! A pobre da cachorra deve estar tonta até agora de saculejar pra entrar... e uma fila imensa me esperando atrás! O adolescente que estava do meu lado me emprestou um espaço da cadeira dele pra eu sentar. Me senti um presunto espremido!

3 - Serviço de bordo aos 40mim serve e minha fileira e a da frente e interrompe pois a turbulência estava demais! 1h saculejando dentro do avião com sanduíche na barriga e sem espaço! Pensei em passar mal mas a adolescente do lado passou primeiro! Fiquei toda vomitada junto com ela tentando ajudar...banco, roupa, chão, caixa da Xica... um caos! Levantamos todos, nos limpamos e a comissária me solta... vou te transferir pra frente! Pensei "fdp"

4 - Depois de tudo limpo precisamos tirar a caixa da Xica do meio das cadeiras apertadas! Como? Sobem os dois comissários em cima das cadeiras vomitadas e puxa daqui saculeja de lá... avisei que a caixa não cabia eu disse! E a Xica lá dentro! Falei pra comissária: Vou tirar ela daí de dentro! E ela: não pode a Anvisa não deixa! Dei uma olhada fulminante e disse: foda-se a Anvisa!

5 - Imaginem a cena: eu com a Xica no colo no meio do corredor com muita turbulência e dois comissários tentando tirar a caixa! Disse alto: Tô me sentindo na rodoviária de BH em ônibus lotado indo pro norte de MG... ri sozinha. A moça sentada do outro lado me grita: deixa eu segurar sua cachorrinha enquanto vc ajuda eles a tirarem a caixa! Toma a cahorra (não avisei que ela estava sangrando) e em três conseguimos tirar a caixa quebrando a lateral dela toda... olhei aquilo e talhou meu sangue! Pago 180,00 e ainda me quebram a caixa!

6- Atravessei o avião inteiro com a Xica no colo, a comissária com a caixa e minha mochila e o outro atrás com minha mala. Quando chego lá na frente aí meu sangue talhou... o avião tinha 1a classe e ela estava vazia! A caixa coube tranquilamente no meu pé e não me senti um presunto prensado e vomitado nos últimos 30 min de voo!

7 - Torço para o voo não desembarcar na pista pois aí caio direto na sala de embarque... como era dia dos contrários adivinhem aonde foi o desembarque? Na pista! Desço a escada do avião com mochila, cão na caixa e uma mala de livros que não despachei pra não pagar excesso! Pego na primeira alça da mala e ela quebra, na segunda e ela quebra, na terceira no puxador despenca dos últimos degraus... a comissária olha pra minha cara e diz "hoje não é o seu dia né". Fiz uma cara de coitada entrei naquele ônibus pensando que teria que embarcar de novo.

8 - Já liguei pro Laucio chorando que eu tinha que chegar rápido senão ia acontecer alguma tragédia! Desembarco com tudo desse jeito e reembarco de novo precisando apresentar documentação minha e da Xica. Faço isso e entre o embarque e o raio X perco minha identidade num trecho de menos de 3 metros! Voltei correndo e o moço do raixo X me xingando que não poderia deixar minhas coisas lá... bati o pé e voltei! Não achei! Coloquei a chefe da Infraero do raixo X louca.... como vou fazer sem meu documento! Até que me acalmei e avisei-a que estava embarcando daí a 20 mim pra BH pela TAM! Quando estou descendo para o embarque chamam: Sra. Priscilla Kelly Figueiredo, favor comparecer ao balcão da Infraero. Acharam meu documento! Volto tudo de novo com tudo com o aeroporto lotado!

9 - Desço novamente para embarcar pra BH e tomo um susto com o embarque! Tinha gente pendurada na parede de tão cheio! Imaginem eu com aquela bagagem toda desviando do povo pra entrar na fila! Pensei: semana que vem isso aqui vai estar pior. Me senti novamente na rodoviária de BH cheia em vespera de Natal sem conseguir dar um passo a frente! Fechei o olho, respirei e fui...

10 - Entro a avião e vejo que o mesmo tem 1a classe: Comissária, a caixa do cão não cabe na poltrona 20 (dei uma breve explicação da tragédia do voo anterior). Pedi pra ficar ali na frente por conta disso e fiz uma cara de muita piedade. Ela olhou pra mim e disse: espere todos embarcarem aí pode sentar aqui na frente! fiquei igual a uma múmia esperando e fazendo figa pra ninguém sentar alí. Sequei o lugar! Ufa... embarque encerrado, sentei, relaxei enfrentei mais 40mim de muita turbulência sem serviço de bordo... a enxaqueca só passou no sábado, mas cheguei viva e coma Xica! Mão de obra viu sô!

Adolescência aos 30!

Alguém já sentiu a adolescência voltar aos 30? Não que eu queira voltar pra adolescencia, não tinha conta pra pagar e responsabilidade com "quase" nada, mas sou muito mais a vida adulta. Ontem voltei a mesma através do Iris de Seda. Quem viveu a adolescência em Sete Lagoas na década de 90 sabe do que estou falando! Tem também na memória as lembranças do Café Tropical, da Ilha, da Taberna e de sua pequena boite, da lagoa cheia (não de água mas de gente na rua) nos finais de semana... dessas coisas que os amigos da minha geração não esquecem. Pois bem, vi no face de Rodrigo Dangelo que teria show do Íris e não os vejo tocar há alguns bons anos apesar de ter todos os cds, de ter todas as lembranças de todos os shows, principalmente os no Café Tropical. Anunciado, insisti pra ir apesar do cassino aqui de casa já estar aberto, o jogo de buraco com minhas tias estava bacana demais. Mas me dei conta que precisava sair, o buraco em casa já quase meia noite estava me deixando velha demais! Local do show: Ferro Velho. Não moro mais aqui e me senti mais velha ainda indo para o tal de Ferro Velho! Relutei pra descer do carro de cara. "Laucio, não tem ninguém da nossa geração aqui... será que eles sabem quem é o Íris de Seda? Resposta: Pris, é Natal, é ferias todos de fora estão aqui! Olho pra fila do ingresso e comento: só tem gente nova, cadê o povo da minha geração para ver o Íris? Entramos, compramos bebidas, nos encostamos num canto, olhamos para o lado ninguém conhecido, para outro e mais ninguém. Láucio, "festa estranha com gente esquisita" quero ir embora! Mas eis que surge nosso bom e velho guardião da noite setelagoana Fred Aquino! Quanta felicidade! A noite está só começando! Luís Paulo surge do outro lado, a noite não acabou! Além de Fred, Luís Paulo e Rodrigo Pereira outros amigos da minha geração estavam lá... conseguimos encher a mão contando uns dez... Carolina Mendes Ramos Valente, Charles Rocha entre poucos outros que eu tinha certeza sabiam quem era o Íris. Em cidade pequena (quer dizer, SL não é mais tão pequena, mas ainda provinciana) quanto a gente sai, acha que vai encontrar "tudo como era antes"... mas é provincianismo demais pensar assim! Mas a gente estava "bem aqui" como a música deles nos lembra! Começa e show e a minha memória retorna ao Café Tropical... local quente do mesmo jeito, com mesas bem parecidas, um pouco maior talvez, casa cheia e o Íris de Seda no palco! Ficamos num canto cantando todas as músicas (lembrança de adolescência pois há anos não ouvia um cd do Íris apesar de ter todos na prateleira de casa) mas mesmo assim cantamos emocionados todas as músicas e tínhamos a sensação de olhar ao redor e as pessoas estarem olhando a gente cantando! Rock and roll ainda de primeira qualidade com o aditivo da memória pessoal! Ouvir "Homem da noite, "Bem aqui" lembrando o quanto já colocamos o pé na estrada mas que Sete Lagoas, os amigos daqui, a família daqui... sim, "a vida que eu escolhi" passa por aqui. Sei que "só ficar aqui incomoda" mas quando a gente volta sabe que "estamos bem aqui" e que sempre somos o tempo inteiro nossos "eus" daquela geração que ia no Café e via o Íris tocar! Íris de Seda, obrigada pelo presente de Natal!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Sobre as agendas e o ano que chega...

Acabo de ganhar uma agenda de presente de amigo quase oculto! Paro pra pensar em quantas agendas tenho guardadas desde a adolescência. Elas são confidentes de nós mesmas, guardam na adolescência a suprema felicidade de um beijo, o papel de bala e bombom dado pela amiga, a festa inesquecível, o canhoto do ingresso do show. Marcam também as frustrações imensas da adolescência... os fracassos sempre que são bem maiores do que realmente aparentam ser!

Outro hábito desde a adolescência é achar um verso que possa ser escrito na contracapa. Verso esse que me carrega durante o ano. A de 2011 foi "esse ano eu quero paz pro meu coração". Mesmo nos dias de hoje anoto os shows, festas, concertos e dias marcantes que se misturam a um milhão de compromissos nelas escritas. Olhar para minhas agendas certamente é olhar para as minhas fases da vida. Só não aprendi uma coisa com elas... marcar o aniversário dos amigos.

Na idade adulta guardam intima relação com os horários e o trabalho próprios da vida atribulada que levamos. Não consigo acordar sem olhar agenda: listar, riscar o que foi feito, remarcar. A agenda eletrônica ainda não me pegou. Olhando hoje para a agenda nova que chega e a desse ano que finda, penso que preciso das páginas marcadas, escurecidas, riscadas ao longo do ano pra pensar que cumpri uma nova etapa. Sinto-me renovada ao visualizar as folhas em branco a serem preenchidas! Não sou neurótica em cumprir tudo me proponho naquelas páginas, mas elas me projetam sempre para novas realidades!